segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

As coisas

As coisas são como são!

E por vezes não me conformo com o facto de o serem!

Procuramos muitas vezes aquilo que não existe, e acho que aí reside um dos meus grandes defeitos: procurar o inalcançável e ficar desiludida por não encontrar!
Para ser precisa, acho que encontro muitas vezes aquilo que penso ser a resposta que procurava e depois fico desiludida por razões nem sempre justas/válidas.

Como quando ouço ou vejo algo que me faz desconfiar da imagem que criei de alguém:
fico triste e isso reflecte-se na forma como ajo, mas não sou capaz de dizer o que sinto, porque sei que não é certo e, de certa forma, sinto que a nova imagem que estou a criar pode estar profundamente errada e ser por demais injusta, então fico entalada entre duas posições - a de confiar cegamente ou desconfiar absolutamente; porque não conheço meios-termos e não me presto a pedir esclarecimentos.

Depois nós, mulheres, fazemos uma outra coisa, pior ainda... como nos chateamos com coisas que ninguém imagina, quando alguém nos pergunta se estamos mal e porquê, ficamos chateadas pelo simples facto de não saberem porquê... como se o mundo inteiro tivesse obrigação de saber o que se passa nas nossas cabecinhas!

Não mudo quem sou, mas irritam-me por vezes as pessoas como eu!
E só nessas alturas tenho plena consciência do que sou, e de como sou tantas vezes injusta, mas é sempre insuspeita uma atitude assim, e sempre uma novidade quando me abrem os olhos e mostram como estive mal...

[por aqui habitam as boas intenções]

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

"Hoje...


... apetecia-me um louco para conversar", um daqueles que inventaste por entre movimentos sublimes e determinados.
Porque, por vezes, os loucos são muito mais sãos que nós, na nossa altivez de quem julga que sabe o que os outros não atingem!
Apetecia-me esse desprendimento destas regras que me desapontam e me travam, me retraem e me levam a ficar aquém do que posso ser... nem sempre a culpa é delas, mas gostamos sempre de culpar, quando podemos, e perder uma oportunidade destas seria insensato...

Sempre pensei que parte da culpa era nossa!
Não me importo de ser dura com as minhas congéneres, porque não sabemos, a maior parte das vezes, ser e ter determinados cargos sem abusar - não sabemos naturalmente liderar sem imitar o que julgamos ser a forma que conhecemos melhor, porque nunca nos habituámos a ver mulheres a dirigir, porque sempre nos habituámos a ver homens fazê-lo!

Mas hoje, sinto-me vítima de injustiça como nunca, hoje sei que por muito que faça, o que conta para todos é o que se vê e não se sabe... porque saber dá trabalho, saber implica trepar a árvore, e isso cansa - é preferível ficar cá por baixo e comer apenas as maçãs que vão caindo - as que ficam cá em baixo, mais próximas dos vícios terrenos.

Por isso, hoje tenho ainda mais saudades das nossas tardes de música e dos nossos dias de dança neste Agosto... de me desprender desses rótulos e de sermos apenas pessoas que dançam, e cantam, e pulam, e gritam como se não houvesse amanhã... e de ser feliz na minha despreocupação...

[Adorava saber dançar-te e sentir-me livre como ela foi!]

terça-feira, 21 de outubro de 2008

No lesson learned here….

Continuo sem acreditar no que fui… o que fui capaz de ser e o que fui capaz de fazer!
Continuo sem perdoar o que fiz a mim própria e aos outros…
Continuo a sentir que não merece perdão e a ter vergonha de mim cada vez que penso nisso… e de cada vez que, por distracção, não relembro o que aconteceu, assim que volta a memória, sinto que tenho que me penalizar por me ter sequer esquecido por um momento!

Ainda relembro o que aconteceu lamentando o que senti e arrependida do que quis sentir, por tudo o que não vale a pena, nunca valeu, e pelo que sei, nunca vai valer!
Não sei fugir do que sou, não sei dizer que não, não sei ser superior a determinadas coisas e sobretudo não sei lidar com sentimentos que me apanham desprevenida… nunca sei!

Por muito que estude, por muito que aprenda, por muitas lições que a vida me dê, tenho que admitir que não sei. Nunca cresço nesse sentido, e a verdade é que sinto que não serei capaz de crescer, nem quero!

E então, do nada, ganho consciência de que não quero mudar quem sou, mas não sei viver comigo!

Por isso escolho viver os outros… tenho que viver os problemas e as vidas dos outros para estar em paz comigo? Vou aumentando o nível dos problemas até ao essencial… até ao de vida ou morte, e aí fico com vontade de fazer tudo por toda a gente… o que não é, de forma alguma, condenável, mas a motivação é, no mínimo, duvidosa, dado que se trata de um esforço de auto-psicologia... um falso altruísmo!


Espero que resulte?

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

nós?

Há coisas em que dizem que somos iguais... se é verdade ou não, não sei, perdoem se às vezes der a impressão de que falo em nome dos outros, mas falo apenas por mim, e eu sou assim:

1º. Eu faço as coisas sem intenção de receber em troca, não o peço e digo para mim mesma que não espero qualquer iniciativa da outra parte;

2º. Também sei que é raro, mas de vez em quando, dado que passo muito tempo sem mostrar o que sinto, tenho que escrever ou qualquer coisa assim, e fazer passar a mensagem;

3º. Passo a mensagem;

4º. ...por muito que dissesse a mim mesma para não esperar, a expectativa está sempre lá....

5º. aí surge o PROBLEMA: não há resposta!

...Não há resposta, não há reacção, não há interesse... e fico triste! Pois claro que fico triste!
E é estúpido! Porque ninguém prometeu nada, ninguém se comprometeu a nada... mas disse que ia estar atento, e que queria notícias, e que queria saber de mim e até já houve alturas em que disse que gostava de mim! E eu não sei o que hei-de pensar, por isso fico neste dilema!

E então percebo onde está o problema: no tempo! Ou melhor, no limite de tempo que impomos a tudo o que conhecemos, vemos ou fazemos, ou a falta desse limite. Eu explico: acredito que o meu problema é que sempre que fico a conhecer algo novo (ouço alguma coisa, leio alguma coisa) dirigido a mim, não consigo impôr um limite para o qual essa "verdade" continuará válida - tomo-a como adquirida e, como tal, não a coloco em causa.

O problema, claro está, é que nenhuma verdade, por verdadeira que seja, é válida para sempre, e isso não a torna menos verdadeira (embora isso nos custe muito aceitar), torna-a apenas limitada por um prazo. Assim sendo, o facto de alguém nos transmitir uma ideia ou um sentimento num momento, não implica que vá pensar ou sentir o mesmo indefinidamente (parece óbvio, dito assim!).

Agora pensem: sempre que formamos uma ideia ou nos é transmitida uma ideia, aceitámo-la... vamos acreditando nela cada vez com mais força à medida que a vida ou as pessoas nos vão apresentando aquilo que consideramos "provas" da sua veracidade.

Mas, de repente, surge alguma coisa que nos "prova" o contrário, ou entra apenas em choque com o que anteriormente assumimos!

E então, tal é a força do que anteriormente assumimos, que não conseguimos ver que já passou algum tempo, muita coisa já aconteceu, e por muito que algo tenha sido verdade, pode já não o ser... em vez disso, agarramo-nos com todas as forças a essa certeza que formámos, e ficamos à espera do que não existe!

Este é o grande problema da expectativa: pode haver uma distância infinita entre o que esperamos e o que acontece de facto... da mesma forma que podem haver infinitos números não inteiros entre dois números inteiros (segundo me disseram... :)).

sábado, 20 de setembro de 2008

Eis o sítio onde me encontro...

Aqui, não tenho a magia de um rio conjugado com um céu estrelado e uma lua cheia a iluminar o meu caminho, mas tenho a serenidade, a imensidão da paisagem, a paz de uma terra que repousa e um silêncio profundo... o frio da noite, contrastando com o calor tórrido de outras horas, obriga-me a ficar no aconchego do meu quarto!

Aqui parece que o mundo se esqueceu de girar... a vida ficou suspensa por momentos e, se tiveres sorte, ao olhar para dentro de ti, podes redescobrir-te na tua essência, como se surgisse de novo o primeiro segundo no Tempo...

Adoro estar aqui, e no entanto não consigo esquecer o mundo que continua sem mim; se escutar com atenção ainda consigo ouvir o ruído daquela vida ao longe, mas por uma vez só queria ensurdecer e esquecer tudo o que me esqueceu...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

the beginning

Sabes que o meu tempo preferido era o condicional... uma boa parte dos meus pensamentos fugiam para aquele exercício repetido como num ritual: “E se tivesse sido diferente? Se tivesse agido da forma oposta?” O que teria acontecido, não sou capaz de adivinhar, mas tudo teria sido diferente? Onde estaria agora? ... Por isso não me arrependo... porque gosto de onde estou agora, e a questão que se põe passou a ser outra: “Se eu partir, o que irá acontecer?”.
Porque finalmente começo a perceber que o único Tempo que vale a pena questionar é o Futuro... o que foi são as minhas raízes, a minha terra e a minha fonte, mas o que importa mesmo é em que direcção vou agora crescer... e seja ela qual for, vai ser a direcção certa...
É desta que vou salvar o mundo?