quarta-feira, 13 de julho de 2016

o mau, o péssimo e o pior

Era um carro em andamento e foi um pontapé de lado. 

Por um segundo foi como se o tempo parasse enquanto uma lágrima se materializava num futebol anime. Nem tiraste o tempo para me olhar antes de me destruir para sempre. Foi só o meu olhar de pânico. um segundo suspenso e a violência da queda: 7 cambalhotas, 21 piruetas aos arrastões pela gravilha e já nem sabia se me restava pele no corpo.

É como se estivesse ainda aos trambolhões pela terra tentando travar com as mãos, com os pés, com os joelhos, os cotovelos, a cabeça.. os braços desesperados por uma mão amiga. Quando me achei tinha o coração fora do corpo regado no teu mijo.


É uma ânsia que sufoca largar o conhecimento de ti (como era bom que estivesses aqui).Eu sou o drama e todas as cores: azul, roxo, negro, verde, vermelho e cinzento. E tu és vermelho e branco e vazio por vezes. E a tua existência escurece a minha, numa mordaça e uma corda de sisal cerrada a entrar na carne. 

Uma anedota. Um dia rio outra vez, quando a piada voltar a ser irresistível. Para lá chegar, só falta o tempo. 

A ti faltará muito mais: o drama, as cores, os aromas. O meu sofá vermelho, a manta de ursa e a cara de parva. Talvez falte até o meu beijo e um cafuné preguiçoso numa tarde de domingo. 

Não lamento agora, já lamentei a vida toda. 

Atiraste-me do manicómio para a cova. Mas tenho 9 vidas e não me vou assim.

terça-feira, 8 de março de 2016

Ah, as mulheres tão lindas e tão fortes (que batalham tanto e sofrem tão mais que os homens)…
[colar foto de uma rosa com a inscrição de feliz dia da mulher a todas as mulheres das nossas vidas]

BS

Não se trata de uma competição. Não se trata de medir forças. Trata-se de acreditar que um dia este dia não vai existir. Que os problemas são todos e de todos. Que seremos todos reconhecidos um dia. Que possamos evoluir no mesmo sentido. Que uma mulher bater num homem deixe de ser uma anedota e um homem defender uma mulher deixe de ser cavalheirismo. Que por todo aquele julgado e alvejado pelas suas palavras, pela sua aparência, pelas suas crenças ou orientações não haja uma voz alegando que se pôs a jeito.

E agora sim: tenho o privilégio de conhecer algumas maçãs lá do topo da árvore, das melhores e mais difíceis, mulheres que deram tudo de si, mulheres que ajudam outros a crescer, mulheres que SÃO muito mais do que sabem, mulheres que admiro, a quem devo, e que me ensinam uma lição qualquer dia da semana.


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

É indescritível o que fizeste. É como se tudo não passasse de um sonho idiota. Um sonho só meu, sem qualquer correspondência na Verdade. Morro a cada dia com a consciência da irreversibilidade. Mirram-se-me as entranhas, definho, desejo silenciosamente que tudo acabe. Que algo me leve e faça esquecer a ilusão. Tudo me parece tão fútil agora, todos os encontros e desencontros, todos os momentos, mais e menos felizes, como se nada tivesse significado verdadeiramente, nada do que vinha vivendo até àquele dia que acreditei ser o primeiro do resto da minha vida. Como se nada tenha acontecido realmente. Acordo numa névoa, não consigo distinguir o que sonhei do que vivi, E cansada.. tão cansada! como se o mundo inteiro repousasse em mim todas as noites. Não tenho mais força, não há mais cordéis a puxar, não há mais segredos nem crenças nem ideais nem esperança. É só uma contagem decrescente até ao fim. Uma viagem sem lógica, sem rumo ou horizonte. Ser, apenas. Sem saber que somos, ou quem ou como somos, inconscientes, despidos de tudo que faz de nós humanos. Como o bacalhau.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

not another teen movie

Preciso de acordar e não seres a primeira coisa em que penso.
Preciso que seja fácil dormir e sonhar outra vez.
Preciso de não me lembrar de ti trezentas vezes por dia e de esquecer que já estás noutra.
Preciso que não me perguntem por ti e que não me apoquente em que estado estarás.
Preciso de não responder que o meu marido é especialista sempre que me pedem uma opinião.
Preciso que o piloto automático não me leve para aquela casa.
Preciso que não passes de uma recordação distante de um sonho que nunca existiu.

E acima de tudo preciso de acreditar que o dia em que vou deixar de precisar disto tudo está já aí ao virar da esquina. E de recordar quem sou: nothing but a selfish little bitch.


kinda missing the dark side

terça-feira, 14 de setembro de 2010

adeus.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

no plan B

Acordo afinal, indolente e alheada. Já não sei quem somos ou o que queremos. Podia tudo ter corrido bem, e isso seria o simples resultado de deixar as coisas correr. Mas não é assim tão simples (nunca é assim tão simples). Eu deixo as pequenas coisas intrometer-se e arruinar os nossos sonhos. É o que eu faço desde sempre e não sei como parar.
Agora quero voltar atrás e seguir em frente. Procurar-te e esquecer-te. Quero acreditar e desistir, ficar nos teus braços e deixar-te seguir. Quero que me deixes em paz e que corras atrás de mim. Ligo-te todos os dias porque não suporto a espera...

Queria que fosse diferente, que fosse fácil, que a distância não importasse, que de alguma forma conseguisse fazer isto funcionar, que as nossas semelhanças pesassem mais e as diferenças menos. Conseguir pensar apenas naquele concerto, naquela flor, naquelas palavras.

Talvez não seja capaz. Talvez eu não seja capaz, nunca.



*anyway… agora já não ligas*

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Não me apetece falar nem mexer. Incomoda-me pensar em sair. Não quero olhar para ninguém.
Nem sequer me apetece ouvir música ou cantar.
Quero só ficar aqui a rever cálculos e raciocínios. A testar mapas e emendar erros.
Ou ficar encolhida num canto. Também me parece bem.