quarta-feira, 1 de outubro de 2008

nós?

Há coisas em que dizem que somos iguais... se é verdade ou não, não sei, perdoem se às vezes der a impressão de que falo em nome dos outros, mas falo apenas por mim, e eu sou assim:

1º. Eu faço as coisas sem intenção de receber em troca, não o peço e digo para mim mesma que não espero qualquer iniciativa da outra parte;

2º. Também sei que é raro, mas de vez em quando, dado que passo muito tempo sem mostrar o que sinto, tenho que escrever ou qualquer coisa assim, e fazer passar a mensagem;

3º. Passo a mensagem;

4º. ...por muito que dissesse a mim mesma para não esperar, a expectativa está sempre lá....

5º. aí surge o PROBLEMA: não há resposta!

...Não há resposta, não há reacção, não há interesse... e fico triste! Pois claro que fico triste!
E é estúpido! Porque ninguém prometeu nada, ninguém se comprometeu a nada... mas disse que ia estar atento, e que queria notícias, e que queria saber de mim e até já houve alturas em que disse que gostava de mim! E eu não sei o que hei-de pensar, por isso fico neste dilema!

E então percebo onde está o problema: no tempo! Ou melhor, no limite de tempo que impomos a tudo o que conhecemos, vemos ou fazemos, ou a falta desse limite. Eu explico: acredito que o meu problema é que sempre que fico a conhecer algo novo (ouço alguma coisa, leio alguma coisa) dirigido a mim, não consigo impôr um limite para o qual essa "verdade" continuará válida - tomo-a como adquirida e, como tal, não a coloco em causa.

O problema, claro está, é que nenhuma verdade, por verdadeira que seja, é válida para sempre, e isso não a torna menos verdadeira (embora isso nos custe muito aceitar), torna-a apenas limitada por um prazo. Assim sendo, o facto de alguém nos transmitir uma ideia ou um sentimento num momento, não implica que vá pensar ou sentir o mesmo indefinidamente (parece óbvio, dito assim!).

Agora pensem: sempre que formamos uma ideia ou nos é transmitida uma ideia, aceitámo-la... vamos acreditando nela cada vez com mais força à medida que a vida ou as pessoas nos vão apresentando aquilo que consideramos "provas" da sua veracidade.

Mas, de repente, surge alguma coisa que nos "prova" o contrário, ou entra apenas em choque com o que anteriormente assumimos!

E então, tal é a força do que anteriormente assumimos, que não conseguimos ver que já passou algum tempo, muita coisa já aconteceu, e por muito que algo tenha sido verdade, pode já não o ser... em vez disso, agarramo-nos com todas as forças a essa certeza que formámos, e ficamos à espera do que não existe!

Este é o grande problema da expectativa: pode haver uma distância infinita entre o que esperamos e o que acontece de facto... da mesma forma que podem haver infinitos números não inteiros entre dois números inteiros (segundo me disseram... :)).

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