segunda-feira, 27 de outubro de 2008

"Hoje...


... apetecia-me um louco para conversar", um daqueles que inventaste por entre movimentos sublimes e determinados.
Porque, por vezes, os loucos são muito mais sãos que nós, na nossa altivez de quem julga que sabe o que os outros não atingem!
Apetecia-me esse desprendimento destas regras que me desapontam e me travam, me retraem e me levam a ficar aquém do que posso ser... nem sempre a culpa é delas, mas gostamos sempre de culpar, quando podemos, e perder uma oportunidade destas seria insensato...

Sempre pensei que parte da culpa era nossa!
Não me importo de ser dura com as minhas congéneres, porque não sabemos, a maior parte das vezes, ser e ter determinados cargos sem abusar - não sabemos naturalmente liderar sem imitar o que julgamos ser a forma que conhecemos melhor, porque nunca nos habituámos a ver mulheres a dirigir, porque sempre nos habituámos a ver homens fazê-lo!

Mas hoje, sinto-me vítima de injustiça como nunca, hoje sei que por muito que faça, o que conta para todos é o que se vê e não se sabe... porque saber dá trabalho, saber implica trepar a árvore, e isso cansa - é preferível ficar cá por baixo e comer apenas as maçãs que vão caindo - as que ficam cá em baixo, mais próximas dos vícios terrenos.

Por isso, hoje tenho ainda mais saudades das nossas tardes de música e dos nossos dias de dança neste Agosto... de me desprender desses rótulos e de sermos apenas pessoas que dançam, e cantam, e pulam, e gritam como se não houvesse amanhã... e de ser feliz na minha despreocupação...

[Adorava saber dançar-te e sentir-me livre como ela foi!]

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