Mataste-a um bocadinho. Roubaste-lhe um pedacinho de si. Deixaste-a de rastos.
E eu sei porque nem falas comigo! Não falas porque não podes admitir que falhaste! Não falas porque sabes o que eu vou dizer: afinal tu não és diferente como dizes, afinal és IGUAL a todos os outros. Por qualquer interesse é que te moves, seja o interesse no sexo, seja o interesse no carinho ou o mero interesse em alguém que corra atrás, alguém garantido. Não podes falar comigo porque cais do teu pedestal. Admitir que falhas é deixares de poder encher-te de moralidade para me acusar daquilo que eu fiz mal. E afinal, nada mudou. Afinal és o mesmo que sempre foste, demasiado cheio de ti para deixares que os outros importem. Demasiado afundado nas tuas merdinhas para ver o mundo dos outros ruir à frente dos teus olhos. Quem dizes que te entende, não te conhece... é-te confortável sabê-los lá a acreditar numa pessoa que não existe e a dar-te o mimo que não mereces, porque disso é que vives: de falsas conquistas e de receber, de receber sempre muito mais do que dar. E tenho que ouvir que sofreste? Tenho que ouvir que te doeu? Pois bem, a mim doeu mais do que alguma vez hás-de imaginar, uma e outra vez, anos a fio. Mais do que tu (ou quem quer que seja) saberás. Porque os fortes entre nós têm esta mania de proteger sempre os outros. E quem sofre a sério, não publicita!
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
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